Como ganhar dinheiro com o desperdício no Hortifruti
- Spalo Frutas
- Jan 5, 2018
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Ideias de como reduzir o lixo produzido no setor de hortifruti e ainda lucrar com os produtos que seriam desperdiçados.
Todos os dias, toneladas de alimentos são perdidas ou desperdiçadas em todo o mundo gerando um volume anual em torno de 1,3 bilhão de toneladas. E esse fato torna-se um contrassenso quando grande parte da população mundial ainda passa fome, mais de 740 milhões de pessoas. Numa época onde a tecnologia impera, as perdas continuam a acontecer desde a colheita até a venda de frutas e hortaliças. Pesquisas apontam que, aproximadamente, 40% da produção é perdida antes da venda o que gera um prejuízo econômico mundial estimado em US$940 bilhões por ano ou R$ 3 trilhões. Com um território de escala continental e condições de solo e clima favoráveis ao cultivo, o Brasil é hoje um dos maiores produtores mundiais de frutas além da vasta diversidade de hortaliças que produz, ocupando o 3º lugar no mundo, produzindo em torno de 40 milhões de toneladas por ano. Mesmo assim, o Brasil está entre os 10 países que mais perdem ou desperdiçam alimentos no mundo, cerca de 40 mil toneladas por ano. Esse desperdício causa a perda de dinheiro, gasto desnecessário de energia, ausência de responsabilidade social diante da fome e gera o lixo orgânico, produtor do gás metano conhecido como um gás mais poluente para a camada de ozônio que o dióxido de carbono.
O planejamento do plantio é fundamental
O desperdício de frutas e hortaliças reduziria consideravelmente se houvesse um planejamento desde o plantio até entrega de produtos. Nesse planejamento, o produtor criaria procedimentos adequados para a colheita a fim de evitar o descarte na própria lavoura ou até mesmo de “machucar” a fruta ou hortaliça tornando-a imprópria diante dos padrões exigidos pelos consumidores finais. A seleção dos produtos seguiria critérios pré-estabelecidos de acordo com o tipo de cliente final (consumidor ou fábrica de alimentos). As embalagens e transporte, outros fatores que ocasionam perdas, aconteceriam de forma específica e adequada para cada tipo de produto.
O ciclo do produtor pode finalizar nas centrais de abastecimentos (CEASA) ou no próprio varejo.
A partir daí começa o ciclo do varejista, que nesse caso seria o dono do hortifruti ou supermercado. O planejamento do varejista começaria com o dimensionamento correto da demanda de cada tipo de fruta e hortaliça preocupando-se com seu prazo de validade. Além disso, o varejista elegeria melhor seus fornecedores a fim de evitar produtos sem valor comercial ou que estraguem mais rápido. Assim que os alimentos chegam nos supermercados e hortifrutis, funcionários devidamente capacitados selecionariam os produtos antes de coloca-los em exposição garantindo, assim, o mínimo de desperdício e o encaminhamento correto desses alimentos para as doações ou para produtos minimamente processados e processados que poderão ser comercializados no próprio estabelecimento.
Afinal, o que são os produtos minimamente processados?
Os produtos minimamente processados são produtos In Natura que foram submetidos a algumas operações, tais como limpeza, corte, descascamento, entre outras, sem perder suas características nutricionais. Dentre as vantagens encontradas pelo consumidor para esse tipo de produto estão a agilidade no consumo, qualidade, padronização, compra de menor quantidade. Como exemplos pode-se citar abacaxi descascado, alho descascado e picado, mix de folhas, etc.
Alimentos são considerados processados quando foram modificados do seu estado natural. Dentro do setor de hortifruti pode-se citar como produtos derivados de processamento de frutas e hortaliças:
• Poupas • Frutas desidratadas • Frutas em calda • Geléias • Papinha para criança • Sopas • Sucos
Diante das possibilidades encontradas para evitar as perdas e desperdícios de frutas hortaliças pode-se dizer que, além de ajudar o meio ambiente com a redução de lixo e minimizar o problema da fome, o varejista do setor de hortifruti pode lucrar com o que seria descartado.
Como funcionam os programas para evitar o desperdício e ainda gerar uma nova renda?
Grandes redes de supermercados já possuem programas de doações há algum tempo. E já perceberam que essa atitude não só ajuda quem precisa como também reduz o custo do transporte para o descarte do lixo. Outro tipo de doação acontece dentro de Centrais de Abastecimento onde as frutas e hortaliças que seriam descartadas pelos lojistas por não apresentarem valor comercial, mas ainda apresentam valor nutricional, são entregues em um banco de alimentos. Essas frutas e hortaliças são selecionadas e separadas em produtos In Natura, minimamente processados e poupas. Após esses processos, os alimentos estão disponíveis para doação para as instituições cadastradas. Alguns bancos de alimentos, como o PRODAL da CEASA Minas, ainda aproveitam as cascas e sementes, que seriam descartadas após o processamento dos alimentos, na compostagem e utilizam como adubo na horta e pomar existentes para consumo de seus funcionários. Também são oferecidos cursos de manejo de horta e compostagem.
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